quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Televisão

Pessoalmente, nunca considerei a TV Cabo uma coisa espantosa. Na televisão, existem muitos anúncios a fazer publicidade à ZON e à MEO, referindo o baixo preço que se tem de pagar por mês, mas não referindo que este aumenta ao fim de algum tempo. E, embora eu não tenha nada a haver com a vida dos outros, a verdade é que as pessoas que têm TV Cabo só vêm, normalmente, pouquíssimos canais e poucos programas. Assim, eu pergunto: de que vale a pena ter televisão(ões) com no mínimo 40 e tal canais, se nem vemos nem metade? Mas nem as censuro por não verem a maioria dos canais. Um terço deles não tem nada de geito a maior parte do tempo, já para não não falar dos que nem traduzidos em português estão. Desperdício de dinheiro…
E depois também temos a TVI, neste momento o canal mais visto por todo o país, mas cujos programas são de uma inutilidade espantosa. Só aos fins-de-semana é que tem alguns bons programas, porque de 2ª a 6ª feira quase todos os programas são mais vistos por pessoas acima dos 40. A SIC até tem criado bons programas para quem gosta de rir, mas mesmo assim cria programas com concursos um pouco parvos.
Mas vá-se lá compreender a mente de quem não tem capacidades para ver melhor… Para mim,o melhor canal (e também o menos visto) é a RTP 2. De 2ª a 6ª, tem metade do dia dedicado à crianças, com bons programas infantis. À tarde, temos programas como o "Sociedade Civil". Imaginem o "Tardes da Júlia", mas sem concursos e em que se abordam assuntos sérios, sem ser assuntos do género As "desgraças" e dificuldades duma mulher divorciada. E temos os documentários de vários géneros da National Geographic, um episódio de uma série diferente (americana com legendas-por exemplo, "Sobrenatural" e "Anatomia de Grey") de 2ª a 6ª feira à noite e o recente e inovador programa chamado "Eurotwitt", que fala sobre todo o género de notícias, que raramente aparecem no telejornal, mas que são bastante informativas e boas para jovens, que apenas acontecem na União Europeia.
Como se pode ver, são programas informativos. A triste verdade é que não consigo acreditar que pessoas que vêm a TVI, a maioria das vezes com pouca educação ou muitos jovens gostem de ver os programas da RTP 2. Não admira que a RTP 2 seja o canal menos visto. Mas uma coisa certa, é dos que tem programas melhores e séries que vale a pena ver, sem ser preciso ter a FOX! Pode ser que, quando os jovens de hoje já sejam acima dos 40, a TVI crie programas de geito e SIC melhore. Nessa altura, a maioria das pessoas terá ido para a Universidade. E, havendo mais informação, as pessoas poderão começar a ver mais a RTP 2!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

O caso de Madeleine Mccann

Sem dúvida , quando o caso da inglesa Madeleine Mccann surgiu, em 2007, foi algo que me chocou. Em, Portugal, quase todos ou dias os noticiários tinham de dizer alguma coisa sobre o caso (normalmente quase nada), sempre a chatear com o desaparecimento da miúda. Sem ofensa para a família da rapariga, mas considero que aquele caso não merecia metade da fama que obteve. Tudo porque a rapariga era estrangeira! Todos os anos, são relatados dezenas de de desaparecimentos de crianças e algumas chegam a ser encontradas anos mais tarde. E, no entanto, os seus caos não obtêm metade do sucesso deste caso. Tudo porque a rapariguinha era inglesa…
Isto revela a injustiça que existe nos meios de comunicação. Basta um pouco de sorte e podemos tornarmos numa cara reconhecida em todo o lado. Curiosamente este caso, que é um caso normal, obteu um sucesso muito maior que o normal. Se fosse, por exemplo, um adolescente que teve muito sucesso devido à música ou a outro meio artístico, não seria um sucesso anormal, mas sim algo que acontece com muita frequência nos nossos dias. Mas é uma simples criança desaparecida, cujo o caso não é bizarro ou muito incomum. Muito sinceramente, irei sempre achar que o seu sucesso é um absurdo.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Os animais e as ruas

Sem dúvida o que me faz mais impressão é o cocó de cão que encontro pelas ruas. Faz-me impressão como podem as pessoas preocupar-se tanto com a higiene pessoal e depois não apanharem com um saco o cocó que o seu cão fez e metê-lo no lixo. O trabalho é pouco e, além disso, estão a prestar um serviço à comunidade. Mas as pessoas ignoram esta prática tão simples e limitam-se a deixá-lo onde quer que o cão o tenha feito, deixando assim as ruas porcas e obrigando as pessoas a olhar para qualquer relva que pisem. Mas depois preocupam-se com a sua higiene e aspecto! Sendo assim, também deveriam preocupar-se com a sujidade das ruas e tentar pelo menos fazer a sua parte. Mas nem isso fazem! Resumindo, são uns porcos e não se preocupam com os direitos dos outros, que querem andar nas ruas sem se reocupar com este tipo de coisas.
Pior ainda, não é só o cocó. Também poluem o chão com embalagens e outras coisas, apenas porque dá muito "trabalho" andar uns metros e meter o lixo no lixo. Mas claro, como sempre, têm uma enorme falta de civismo, limitam-se a mandá-lo para o chão, sem se preocupar com a higiene pública, o ambiente e os direitos dos outros, que querem andar em ruas limpas e não ruas porcas. Uns porcos de primeira, que não querem saber dos outros e da higiene pública e do ambiente, deixando assim as ruas numa lástima. PORCOS!!!!
Mas mais espantoso ainda, algumas pessoas arranjam desculpas ridículas para o que fazem. Uma amiga minha, por exemplo, diz que não apanha o cocó d a sua cadela porque ela têm os seus direitos! Se os cães tivessem direitos, não os obrigávamos a passar o dia inteiro num apartamento…
Resumindo, não só são porcas como arranjam desculpas ridículas e cobardes porque elas próprias não sabem como responder.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Os símios, sem dúvida inteligentes

Seremos assim tão superiores como pensamos? É uma pergunta interessante. Somos racionais, sem dúvida, mas apenas quase sempre. Porque se uma criança for isolada da sociedade e for tratada como um animal quando bebé, irá efectivamente tornar-se quase animal, prejudicada para sempre, sem nunca aprender tudo o que poderia e deveria em casos normais.
Seja como for, o Homem consegue ser bastante ignorante quando quer. E espero que quem ler este artigo perca alguma da sua ignorância sobre os animais. Neste artigo, vou falar sobre os símios.
Os símios são, resumidamente, os orangotangos, chimpanzés, bonobos e gorilas. E ambas as quatro espécies são extremamente inteligentes, mais do que algum dia imaginámos.
Há uma semana, vi um documentário da National Geographic a falar sobre isto mesmo. Aparentemente, os símios são inteligentes o suficiente a ponto de perceberem mesmo metade, mais coisa menos coisa, do que nós dizemos! Eles percebem não só palavras como frases! Conseguem aprender qualquer tipo de linguagem gestual (embora só sejam capazes de aprender umas centenas de símbolos e gestos em qualquer circunstancia). Ou seja, eles compreendem-nos e muitas vezes até tentam dizer mais do que conseguem! E também entre si eles usam gestos e gritos e comportamentos e expressões para representar não só sentimentos como frases e palavras! Escusado será dizer que têm a noção de "eu". Ou seja, se se virem num espelho ou na água reconhecem-se, coisa que pouquíssimos animais conseguem fazer. Conseguem aprender jogos e estratégias e criam sociedades próprias. Aliás, cada grupo tem a sua própria linguagem e hábitos! Como vêm, são muito, muito inteligentes.
E sabem uma coisa? Testes feitos em pessoas demonstram que só 10% da informação que recebemos das outras pessoas é através da fala!!! Na verdade, quase toda a informação que recebemos dos outros é expressa através de gestos e, especialmente, de expressões! Nós é que, como estamos tão habituados a falar, nem damos muito por isso! O mesmo se passa nos símios.
Assim, é fácil perceber que os símios se interpretam muito bem uns aos outros. Até percebem melhor as expressões do que nós!
Além disso, aconselho-vos a pesquisar sobre estas quatro espécies e ver documentários sobre elas. As sociedades os símios são sem duvida bastante boas.
Agora já sabem, quando forem ao Jardim Zoológico, não os tratem como uns estúpidos inferiores e encarem-nos com outros olhos! Eles são sem dúvida quase racionais!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Telenovelas e outros programas:uma completa perda de tempo

Se há coisa que mais me espanta é como as pessoas têm paciência para ver novelas, quer brasileiras quer portuguesas. A verdade é que dificilmente haveria algo de verdadeiramente novo numa novela. Sempre dramas do mesmo género, com episódios em que nada de jeito acontece e que são uma completa perda de tempo. Incluindo os Morangos com Açúcar, em que também quase não acontece o que quer que seja. E depois também existem programas como o "Salve-se quem puder", que quase não têm graça. Sempre os mesmos jogos e os mesmos desastres após desastres. E também na "Lua Vermelha" é o mesmo. Tal e qual como numa novela. Na verdade, eles são vampiros como poderiam ser outra coisa qualquer!
Resumindo, não sei como é que algumas pessoas podem ver TODOS os dias os episódios de novelas. E as brasileiras nem são más, mas as portuguesas então nem se fala!!!
Claro que algumas pessoas podem ripostar e argumentar um monte de coisas, mas eu aconselho-as a tentar ver séries, para variar. E para quem não tem TV cabo, vejam as séries que dão quase todos os dias da semana na RTP 2. Séries como a Anatomia de Grey, Sobrenatural e outras.
E para quem argumenta dizendo que as séries não são melhores, eu discordo. Nas séries, ou pelo menos nas boas séries, cada episódio é importante, acontecem sempre coisas e as próprias personagens mudam constantemente em qualquer coisa. Coisa que nenhuma novela algum dia conseguirá igualar. E, entre engordar a ver algo mau, prefiro engordar a ver algo que vala a pena!

A triste verdade da escrita

Quando, em Junho de 2010, eu, os meus pais, o meu irmão e o meu primo, o Rui, visitámos um amigo do meu pai, José Carlos Fernandes, falámos essencialmente da escrita. E lá se foi por água abaixo a teoria de que a vida de um escritor é fácil. Eu, que quero ser escritora!
Mas passemos ao assunto em si. Em Portugal, são publicados 15 000 livros por ano. Logo aí, um livro mal tem oportunidade de ficar num bom sítio à vista numa livraria. Além de que uma livraria dificilmente conseguiria ter ter 15 00 livros duma vez. O que significa que o livreiro encomenda livros. E não pensem que ele fica com os livros que não foram vendidos! Esses livros serão "guilhotinados". Melhor dizendo, são reciclados. Na verdade, ganha-se actualmente mais dinheiro nas empresas a reciclar do que a vender livros!!! Os livros mais vendidos (quase sempre estrangeiros) são os mais vendidos, mesmo que às vezes não sejam grande coisa. E se um escritor não for conhecido no mercado português, dificilmente vende. Porque os livros perdem o seu lugar todos os meses na livraria (uma típica livraria recicla e encomenda livros novos todos meses). Porque, vejam bem, são 15 000 livros. E os conhecidos e famosos são vendidos, mas não os que não o são! Ou seja, um típico escritor quase não recebe dinheiro num ano! E só 10% dos lucros dum livro pertencem aos direitos de autor! E, se poucos exemplares de um determinado forem vendidos (o que não admira), este deixa de ser editado ao fim de não muito tempo! Definitivamente, um escritor português não pode tratar a escrita senão como um passatempo!!
Mas também, deixem que vos diga, não admira que não compremos livros de autores portugueses! Eu, por exemplo, praticamente não encontro livros de terror e vampiros de autores portugueses. Ou seja, os meus géneros preferidos de livros. Parece que ninguém se dá ao trabalho de ser esperto!!! Se eu visse algum livro dum destes géneros escrito por alguém português, ia logo compra-lo! Quer me parecesse grande coisa quer não! Porque não há nenhum escritor português actual a escrever no género de terror ou sobre vampiros!
E, além disso, aqui em Portugal parece que ninguém presta atenção ao que está no livro em si! O amigo do meu pai mostrou-me um livro de um autor português chamado "O senhor 5 %", que é uma biografia sobre o senhor Gulbenkian, que gerou a Gulbenkian. E, por curiosidade, resolveu compra-lo. O livro é uma autentica *****!!!!!!. Porque a única coisa que ele diz sobre a Gulbenkian é que é uma instituição de caridade (!!!!!!) e que Portugal foi o único país europeu a não ser invadido pelas invasões napoleónicas!!!!!!!! E Portugal foi invadido pelas invasões napoleónicas! E, no entanto, houve pessoas que supostamente se sentaram, leram o livro e discutiram sobre se ele devia ser publicado ou não!!! Seja como for, devemos comprar mais livros de escritores portugueses e tentar resolver de alguma maneira a terrível situação da edição e da compra de livros em Portugal! Há limites para tudo!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

A estupidez de algumas mães

Como pratico karaté, vou lá 3 vezes por semana. E, nos 5 anos em que lá tenho ido, pude constatar que estão lá (sempre) algumas mães, a ver os filhinhos a praticar karaté. Não há grande problema nisso, mas a verdade é que elas lá estão no mínimo uma vez por semana, porque até gostam de karaté. Sendo assim, mais valia praticarem também! Até porque nenhuma delas é propriamente gorda!
Depois, quando andava na escola primária, algumas mães tinham a mania de no intervalo ficarem a ver os filhinhos na escola, para os controlar e se certificarem de que não são "magoados". Ou seja, umas autenticas "mães-galinhas"! As mesmas mães que acham que os filhos são uns santos, que nunca os castigam convenientemente e que hoje perdem horas nas reuniões de escola a queixarem-se de problemas sem grande importância, sempre a insistir no mesmo! É graças a essas mães que os filhos são mal-comportados ou não chegam a crescer ou a desenvolver-se bem. Porque os filhos habituam-se a não pensar por si próprios e a continuarem umas crianças, em particular se não passam por uma fase importante da adolescência: separarem-se mentalmente dos pais. Isso inicia-se com discussões, muitas vezes sem sentido. A criança deixa de achar os pais "perfeitos" e passa a ver os sues defeitos. Mas tudo isso é saudável, já que ela está a tentar separar-se dos pais e a ganhar as suas próprias ideias, mesmo que muitas vezes ela não perceba isso. Mas quando os pais lhes fazem todas as vontades, deixa de haver necessidade disso. E assim, algumas nunca chegam verdadeiramente a crescer. Por isso, os pais têm de deixar de fazer todas as vontades aos filhos e deixarem de ser uns controladores. Deixá-los seguir o seu caminho.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A Saga Luz e "Escuridão"…

Eu ainda consigo compreender que gostem do Avatar, do Slumdog Milionaire e outros, mas do Crepúsculo?!… Aquilo tanto são vampiros como podiam ser mórmones ou bandos rivais… Vejam o Underworld 3, um filme a sério, com acção a sério e cujas guerras entre vampiros e lobisomens são guerras com exércitos a sério e um verdadeiro drama de amor, entre um lobisomem e uma vampira. Um filme que ambos os sexos vão adorar. Resumindo, nada comparado à "acção" do Crepúsculo e companhia, que só dura alguns minutos e que no máximo tem algumas dezenas de vampiros no total!
Vá, vou ser boazinha… O Amanhecer e a Lua Nova são razoáveis.
Mas é só isso. Porque livros como o Marcada são melhores, com menos sentimentos e mais acção e tiveram no máximo metade do sucesso disto. Sorte, foi o que foi! E existem dezenas de colecções de livros de vampiros em Portugal, que mesmo que não sejam grande coisa têm menos palreio e folhas.
Vou ser mázinha. Aquilo não passa duma treta de amor, com pouca acção e para miúdas e adolescentes. Não admira que só miúdas é que fiquem viciadas naquilo!!! Uma treta que poderia ser aceitável, se não fosse pelo pormenor de ter ganho tanto sucesso sem razão. Leiam antes o "Nómada", que também é da Stepheny Meyer e com muitas páginas, mas que pelo menos fala de questões morais.
E agora, falemos da Stepheny Meyer em si. A única coisa que os livros dela têm de espantoso é que ela consegue meter um acção pequenina em dezenas de páginas. Como no final do "Amanhecer", em que ela perde dois capítulos a palrar dos sentimentos da Bella enquanto o exército Volturi está ali mesmo à frente deles, sem que aconteça alguma acção! Dois capítulos (nada pequenos)!!!!! Concluindo, isso é curioso, espantoso e ao mesmo tempo irritante. "Para fazer render o pão", retirando assim o lugar a livros mais interessantes e que vale a pena ler.
E falemos aindo dos actores! O Robert Pattinson e todos os outros até foram bons a interpretar, mas não a Kristen! Ela parece que nã tem expressão nos olhos um terço do tempo! E supostamente aquilo é representar!!
Resumindo, os livros são uma treta, os filmes mais-ou-menos e eu não percebo porque é que aquilo teve tanto sucesso!!!

Cada um tem os seus gostos!!!

Se há coisa que me irrita é que andem sempre a gozar com os gostos de caa um. Qual é o problema de uma pessoa gostar da Hannah Montana, ou da Floribella ou de outras bandas do género? Cada um tem os seus gostos!!! Só sabem gozar no youtube porque não têm nada para fazer na vida e são uns ignorantes! Nenhuma banda é melhor ou pior, ou cantor(a), porque há sempre alguém a gostar de ouvir isso. A partir do momento em que têm a voz afinada, não há razão para gozar.
E passemos à televisão. Gozam com estas coisas, mas vêm os programas de treta da sic como o "Salve-se quem puder"! E vêm o "Phineas e Ferb"! Basicamente, basta que seja da Disney e acham logo uma maravilha, mesmo que os programas nem sejam melhores que os outros! Mas fazem questão de dizer que os desenhos animados da RTP 2 são uma porcaria!
Vejam se crescem e ganham algum juízo!!!

O meu irmão é deficiente

Por razões quase incompreensíveis, muita gente ficaria chocada por eu saber admitir e dizer esta palavra tão abertamente. Mas é verdade! O Rafael, o meu irmão, tem 15 anos, é 1 ano e 6 meses mais velho do que eu e tem trissomia 21. Eu vou passar para o 9º e ele para o 8º ano. Damo-nos razoavelmente bem e às vezes irritamo-nos, mas acho que temos uma relação normal de irmãos. Quase sempre, nem penso nisso de ele ser deficiente. Às vezes até me esqueço! E, sinceramente, acho-o bastante inteligente. Andamos na mesma escola e só não andamos na mesma turma porque a minha mãe quis que ele chumbasse no 1º ano (apesar de isso, por norma, não ser permitido).
Seja como for, admito que às vezes, quando ele me faz passar alguma vergonha, finjo que não o conheço, mas quase sempre nem quero saber o que os outros pensam. Aliás, habituei-me aos comentários, aos olhares e às ideias erradas que as pessoas criaram dos deficientes e por isso mesmo criei uma opinião bastante forte sobre este assunto. Apesar de nunca me sentir muito à vontade para partilhar isto com as minhas amigas. E elas, provavelmente, também não devem ter muito boa opinião dele, Mas não quero saber. O problema é delas.
Mas acho o Rafael com capacidades. Ele sabe ler e fazer contas simples, consegue fazer algumas coisas bem em Educação Física e tem uma capacidade melhor do que muitas pessoas têm: é muito observador. Por isso mesmo, já antes de mim ele sabia como trabalhar com o leitor de cassetes, e com o lava-loiças e as máquinas de lavar secar roupa. Mesmo hoje nunca tenho muita paciência para aprender este tipo de coisas. Ele, por outro lado, aprende quase tudo por observação e por isso mesmo foi tão importante eu nascer, para que ele me pudesse imitar. Além de que ele é bastante meigo e conversador com as pessoas. Basicamente, o que não sabe fazer compensa com outras coisas.
Por isso mesmo, é sempre preciso fazer um enorme esforço para não responder às pessoas, quando falam do meu irmão. As velhinhas, por exemplo, têm sempre a mania de o achar um "coitadinho"!!! Irrito-me bastante com este tipo de coisas, mas mesmo assim tento sempre não ligar e até compreender as opiniões dos outros. Embora a ignorância seja sempre uma coisa irritante!
Seja como for, já houve quem me perguntasse se eu tinha vergonha em ter um irmão deficiente ou comentasse que deve ser complicado o caso do meu irmão. Sinceramente, não é. Os problemas, aliás, são é relacionados com a incompetência da "minha" escola em relação não só ao meu irmão como a outros deficientes. O meu irmão costuma ter a noção do que faz, pelo que deve pagar pelos seus erros e ser castigado e repreendido, tal como os outros! E também ser tratado como igual. E, tal como aos outros, devemos dar-lhe a oportunidade de aprender coisas e arriscar mais. E não estar sempre a ajuda-lo e a "protegê-lo". Porque aí é que ele se torna mesmo um "coitadinho"! E isto é aplicável para a maioria dos deficientes.
Concluindo, escrevi este texto para tentar que quem o leia compreenda como lidar com os deficientes. E, se acabaram de ter um irmão ou familiar deficiente, não entrem em pânico!!! Eu, pessoalmente, não só não imagino a minha vida se o Rafael não tivesse nascido como acho muito bom que ele tenha nascido! Graças ele, habituei-me a aceitar as diferenças! Algo muito importante, porque o Rafael sem dúvida ensina muitas coisas às pessoas que passarem algum tempo com ele, talvez mais do que nós lhe ensinamos. Na verdade, a ingenuidade dele e o amor que ele é capaz de sentir por qualquer pessoa (desde que ela o trate bem e como igual, porque ele também tem noção dessas coisas) são sem dúvida gratificantes. A maneira com ele vive o seu dia-a-dia sem ligar ao que pensam dele, feliz, fazem que eu chegue a pensar que ele é melhor do que nós, porque se no mundo existissem mais casos como o dele, haveria sem dúvida mais mais iguadade e lições de vida. E o mundo seria um local melhor. Por isso, mudem as vossas opiniões dos deficientes!!! Eles têm mais para vos ensinar do que vocês pensam!!!

Os deficientes e Portugal

Neste momento, em Portugal, todos andam preocupados com a crise, os casamentos homossexuais, etc. . Mas ninguém se preocupa com algo ainda mais importante. Nos autocarros, no metro, nas escolas… Nada é feito para respeitar os direitos dos deficientes. E convém ver que eles constituem mais-ou-menos 4% da população…
Eu nunca tive problemas em dizer a palavra deficiente. É como substituir excesso de peso ou obesidade por "forte", velha por idosa… Têm exactamente o mesmo significado, mas mesmo assim não as conseguimos dizer. A ofensa está no tom de voz e na maneira como é dita, não na palavra em si. Mas parece que nos estamos sempre a esquecer disso.
Seja como for, a população deve preocupar-se seriamente com isto. Por todo o lado, cada vez que vêem um ou uma deficiente, acham-no(a) logo um coitadinho, um desgraçado, um atrasado mental… Tudo resultado da falta de informações e da mentalidade generalizada, que os pais fazem questão de transmitir aos filhos, porque são ignorantes.
Pois isso é uma grande mentira! Evidentemente, existem casos e casos. E alguns são muitos maus. Mas para aí metade dos deficientes têm muitas capacidades. Neste caso, já não me refiro às pessoas que nasceram normais mas que depois tiveram, imaginemos, um acidente de carro e passaram a ter de andar de cadeira de rodas. Refiro-me às que já nasceram deficientes.
No entanto, descriminamo-las e gozamos com elas, falamos delas nas suas costas. Muitos deficientes podem, se lhes derem oportunidade disso, cozinhar, limpar, serem responsáveis por si próprios, trabalharem até, desde que o trabalho exija coisas mais avançadas da escola. E casar, por exemplo. No fundo, muitos conseguem fazer quase tudo o que nós fazemos, mesmo que, no princípio, tenham algumas dificuldades. E têm tantos direitos como nós.
Assim, do meu ponto de vista, devemos passar a tratá-los como iguais, sem termos vergonha de dizer a palavra deficiente e dando-lhes os mesmos direitos que damos a nós próprios.